O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), Antônio Barra Torres, disse acreditar que algumas das vacinas
contra a Covid-19 demandarão uma terceira dose. Convidado pela
Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) para uma palestra virtual
realizada hoje (13), Barra Torres respondeu a algumas perguntas
encaminhadas pelos espectadores.
"Acredito
que algumas vacinas terão a necessidade de uma terceira dose. No dia de
hoje, ainda é difícil dizer qual", disse ele, destacando ser uma
avaliação pessoal. "É estudado no mundo inteiro. O mundo inteiro está
debruçado nisso, e o objetivo é obter a imunização segura e mais
duradoura", acrescentou
A Anvisa é responsável pela autorização do uso e aprovação das
bulas de vacinas no Brasil As bulas contêm as informações sobre o regime
de doses. Por enquanto, nenhum imunizante tem esquema com três
aplicações. Barra Torres ressaltou que todas as vacinas aprovadas pela
Anvisa são eficazes e que a população pode confiar em qualquer uma que
estiver disponível no posto de saúde. "A melhor é aquela que está no seu
braço", afirmou.
Até o momento, receberam aval
definitivo ou emergencial as vacinas AstraZeneca/Oxford, Pfizer,
CoronaVac e Janssen. As três primeiras são com duas doses e a quarta,
com dose única. Também com duas aplicações, os imunizantes Sputnik e
Covaxin receberam autorização de importação, mas com limitações.
Na
semana passada, a farmacêutica Pfizer anunciou que está desenvolvendo
uma terceira dose da vacina contra a Covid-19. O governo do Chile também
informou recentemente que estuda a possibilidade de distribuir uma dose
de reforço. O país registrava alta de casos mesmo tendo vacinado 61% do
público-alvo com duas doses. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo
Paes, também levantou a hipótese de uma terceira aplicação.
Combinação
O
diretor-presidente da Anvisa analisou ainda a possibilidade de combinar
vacinas de laboratórios diferentes para o combate à Covid-19. "A
atividade reguladora não é a locomotiva desse processo. Ela é vagão.
Vamos a reboque do desenvolvedor ou do pesquisador que nos apresentar
suas conclusões, para que possamos avaliar e referendar. Estamos falando
de uma interação de imunobiológicos de origens e plataformas
diferentes. Vem muito da comunidade científica. No momento, estamos
acompanhando algumas situações que podem no futuro ter um posicionamento
nosso", disse Torres.
Ele lembrou que decisões
nesse sentido têm sido tomadas por determinados países em alguns casos.
No Brasil, a situação tem ocorrido com as gestantes. A vacina
AstraZeneca chegou a ser aplicada em algumas delas e depois foi suspensa
pelo Ministério da Saúde devido a um caso suspeito de reação adversa.
Aquelas grávidas que tomaram o imunizante, posteriormente, foram
autorizadas pela pasta a receber a segunda dose da Pfizer.
Torres
afirmou que as medidas para evitar a doença já são conhecidas: máscara,
distanciamento social, higiene das mãos e vacina. "Não é pelo fato de
tomar as duas doses de vacina que vai poder deixar de usar máscara
imediatamente", acrescentou
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