A governadora Raquel Lyra anunciou que o Governo de Pernambuco irá encaminhar ao Conselho Estadual de Educação um pedido de resolução para tornar obrigatória a disciplina de História de Pernambuco na matriz curricular da Rede Pública Estadual de Ensino.
A proposta surge como desdobramento das ações que, ao longo do último ano, mobilizaram escolas, estudantes, educadores e a sociedade em torno da memória do movimento revolucionário de 1824. “Tenho plena convicção de que isso permitirá que nossas crianças e jovens tenham contato com a essência do nosso povo para crescer com os pés firmes na nossa história e o olhar voltado para um futuro melhor”, afirmou Raquel Lyra. “Com isso, avançamos rumo a um Pernambuco mais próspero, justo e igualitário.”
A cerimônia teve início com a abertura de uma exposição composta por mais de 30 obras visuais produzidas por alunos da rede estadual, no hall do Palácio. Em seguida, foram entregues medalhas a personalidades que contribuíram com a organização das atividades do bicentenário, além do descerramento da estátua de Frei Caneca, instalada na Praça da República.
A escultura em homenagem ao líder revolucionário foi produzida pelo artista plástico Demétrio Albuquerque, com apoio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A vice-governadora Priscila Krause, que coordena a Comissão Estadual do Bicentenário da Confederação do Equador, explicou o processo de construção da estátua: “Realizamos um trabalho de pesquisa iconográfica e entregamos os elementos a Roberto Ploeg, que pintou o rosto de Frei Caneca. Depois, recorremos a Demétrio para que criasse o corpo inteiro, permitindo que a imagem nos ajudasse a compreender melhor sua luta.”
As escolas da rede estadual estiveram diretamente envolvidas nas celebrações ao longo do ano, com atividades pedagógicas, oficinas artísticas e projetos de pesquisa. O secretário de Educação, Gilson Monteiro, destacou a importância da iniciativa no fortalecimento do currículo escolar. “Quando comemoramos o Bicentenário da Confederação do Equador, temos a oportunidade de resgatar a força da nossa história, dentro da matriz curricular que a gente já tem. Tudo isso que se apresenta hoje com os nossos estudantes é fruto do incentivo de professores e da comunidade escolar”, observou.
O deputado estadual Antônio Moraes, também presente na cerimônia, elogiou o empenho do Executivo estadual em promover o resgate histórico com alcance educacional. “O Governo de Pernambuco teve um papel muito importante de resgatar a história da Confederação do Equador, principalmente porque levou esse conhecimento para toda a rede pública, permitindo que nossos alunos entendam melhor a importância do nosso Estado na história do Brasil.”
Para os estudantes, a experiência foi mais do que aprendizado: foi vivência cultural. Jeozadaque Victor, de 15 anos, aluno do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Ministro Jarbas Passarinho, em Camaragibe, resumiu o impacto das ações. “O projeto nos chamou a atenção porque mostra que a aprendizagem não vem só através de livros e sala de aula. Por meio da arte, conseguimos aprender e conhecer a cultura de Pernambuco.”
Com o encerramento do ciclo comemorativo do Bicentenário da Confederação do Equador, o pedido de inclusão da História de Pernambuco como disciplina obrigatória aponta para a continuidade de um processo de valorização da memória, identidade e resistência do povo pernambucano, reforçando a importância de ensinar — e aprender — a partir do chão onde se pisa. (Foto: Miva Filho/Secom)
Blog do Edenevaldo Alves