O Governo de Pernambuco se pronunciou sobre o anúncio do Ministério da Saúde, que anunciou, nesta terça-feira, a redução do intervalo de tempo para aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 de seis meses para cinco meses, contemplando todas as pessoas acima de 18 anos, independentemente do grupo etário ou profissão.
Atualmente, Pernambuco aplica a dose de reforço nas pessoas a partir dos 55 anos, conforme recomendação do Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação e posterior pactuação com os municípios na Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Também estão contemplados os trabalhadores de saúde e imunossuprimidos graves. O intervalo entre a segunda dose e a de reforço é de quatro meses no Estado (120 dias), exceto para os imunodeprimidos, que é de 28 dias.
Sobre o anúncio do Ministério da Saúde (MS) de avanço da dose de reforço para o público a partir dos 18 anos, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) afirmou que irá discutir, nesta quarta-feira (17), o assunto com o Comitê e os municípios, para pactuação. ?Importante frisar que o próprio órgão federal, na coletiva, informou que irá garantir as vacinas para contemplar esse novo público com o reforço?, diz trecho da nota enviada pela gestão estadual.
A SES-PE ainda destacou que o Estado tem em torno de 5,5 milhões de pessoas entre os 18 e 59 anos e que tem analisado o cenário da vacinação e discutido com os municípios o andamento e os avanços possíveis.
Ministério da Saúde
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a redução se baseia em estudos científicos. ?Já tínhamos autorizado a aplicação desta dose de reforço, ou adicional, para todos aqueles que tinham tomado a segunda dose há mais de seis meses e que tivessem [mais de] 60 anos. Agora, graças às informações advindas dos estudos científicos realizados para avaliar a aplicação da terceira dose ? e dos quais já temos dados preliminares -, decidimos ampliar esta dose de reforço para todos aqueles acima de 18 anos de idade que tenham tomado a segunda dose há mais de cinco meses?, disse.
Ele garantiu que o estoque de imunizantes será suficiente para atender à demanda. Atualmente, há 12,47 milhões de pessoas aptas a receber a dose adicional. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 350 milhões de doses das vacinas contra a covid-19 já foram distribuídas para todo o país, e mais de 297 milhões já foram aplicadas ao longo de onze meses. Mais de 157 milhões de pessoas tomaram ao menos uma dose do imunizante ? número que, segundo a pasta, representa 88% do público-alvo previsto no plano nacional de vacinação contra a doença. No entanto, cerca de 21 milhões de pessoas ainda não retornaram para tomar a segunda dose na data prevista.
Segundo a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Melo, pessoas na faixa entre 25 e 34 anos formam a maioria dos que ainda não compareceram para tomar a segunda dose. Analisando qual vacina as pessoas que não completaram o ciclo vacinal receberam, a secretária aventa a hipótese de que, além de outros fatores (como a dificuldade de encontrarem tempo para retornar ao posto de vacinação), as reações características de cada imunizante podem estar desestimulando algumas pessoas.
?Algumas [vacinas], de fato, trazem [causam] alguns efeitos adversos que passam em um ou dois dias. A população tem que estar consciente disso. Tem que estar alerta e saber que estes efeitos são esperados e acontecem?, comentou Rosana, destacando que, junto com as recomendações de uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos frequente e adequada, a vacinação vem proporcionando a redução do número de casos graves da doença e, consequentemente, das internações e mortes.
?Hoje, nós temos, no Brasil, 21,11 milhões de pessoas que estão aptas a tomar a segunda dose da vacina e, assim, completarem seu esquema vacinal?, informou a secretária ao reforçar que, para aumentar suas proteções contra a doença, a pessoa tem que tomar todas as doses recomendadas pelos laboratórios fabricantes e autorizadas pelas autoridades sanitárias.
?Além disso, os estudos têm mostrado que, a partir do quinto ou sexto mês, independentemente do imunizante utilizado, há sim uma necessidade de reforçarmos nosso sistema imunológico tomando uma dose de reforço?, acrescentou a secretária, alertando para a importância de os estados seguirem as novas recomendações do ministério. ?Se algum estado fizer separado, diferente, prejudicará muito o nosso planejamento.?
Janssen
Outra mudança anunciada pela pasta diz respeito à vacina da Janssen que era aplicada em dose única e passará a ter duas doses. ?No início, a recomendação era de que esta vacina fosse de dose única. Hoje, sabemos que é necessária esta proteção adicional. Então, quem já tomou a Janssen, agora vai tomar a segunda dose do mesmo imunizante. E, lá adiante, cinco meses após [a segunda dose], um reforço com imunizante diferente?, disse Queiroga. A segunda dose da Janssen deverá ser ministrada a partir de dois meses da primeira aplicação.
Vacinação
O ministro da Saúde participou esta manhã da cerimônia de lançamento da campanha Mega Vacinação, marcada para o período de 20 e 26 de novembro. Para estimular a população a tomar todas as doses recomendadas da vacina e completar o ciclo de imunização, o ministério conta com a ampliação do horário de funcionamento dos postos de vacinação durante a iniciativa.
?Já temos uma das campanhas de vacinação contra a covid-19 mais importantes do mundo, tendo ultrapassado os Estados Unidos em relação ao [percentual da] população imunizada, mas temos que avançar ainda mais para que não aconteça o que está ocorrendo em alguns países da Europa, onde observamos um aumento do número de casos?, alertou o ministro, referindo-se a países como a Alemanha, que, na semana passada, voltou a anunciar medidas restritivas para conter o recrudescimento da doença.
?Nosso objetivo é, através da campanha Mega Vacinação, ampliar ainda mais o acesso [da população às vacinas] e convencer as pessoas a procurarem as Unidades Básicas de Saúde [UBS] para, a partir daí, adquirirmos ainda mais a confiança do povo brasileiro e um controle sanitário eficiente para evitarmos possíveis novas ondas da covid-19?, disse Queiroga logo após a exibição de um vídeo promocional em que o Ministério da Saúde alerta que ?proteção pela metade não é proteção?.
?Temos [no Brasil] um cenário epidemiológico bem mais equilibrado em relação à pandemia. Nosso sistema de saúde está atendendo às necessidades, sobretudo dos pacientes com síndromes respiratórias agudas graves. Isso se deve à eficiência das políticas públicas lideradas pelo Ministério da Saúde e que, na ponta, são implementadas pelos estados e municípios [prefeituras]?, acrescentou o ministro Marcelo Queiroga antes de detalhar a redução do intervalo de tempo para aplicação da dose de reforço