Derrotada por uma diferença de cerca de 200 votos, a oposição mudou radicalmente sua posição inicial de não judicializar o pleito da OAB de Pernambuco. O coordenador da campanha da chapa de Almir Reis, Mário Sergio Galvão, informou ao Blog de Jamildo que vai entrar na Justiça Federal, na semana que vem, caso a comissão eleitoral da OAB não aceite o pedido de impugnação da eleição, considerando supostas ilegalidades no processo.
Entre as reclamações, a oposição deve listar ao menos três problemas. O mais grave deles seria a oferta de 3 mil bolsas de pós-graduação gratuitas aos jovens advogados, que teriam sido antecipadas, mas condicionadas em caso de vitória da chapa de situação, de Fernando Ribeiro Lins. A bolsa tem um custo de R$ 4,3 mil. A oposição diz que a OAB local chegou a ligar para os jovens advogados para informar da contemplação antes do pleito.
Para a chapa de Reis, no dia da eleição, justamente as quatro ou cinco urnas finais, inverteram a curva pró-oposição e estabeleceram o resultado final. São os jovens advogados que acabaram de fazer o juramento e podem ser rastreados pelo número da ordem. As eleições não foram homologadas ainda e o resultado deve ser declarado na semana que vem.
A oposição dirá ainda que a presidência da OAB teria vazado para a chapa de situação 42 mil e-mails oficiais da entidade, da base de dados da instituição, facilitando o encaminhamento de material de campanha. ?Isto é vedado pelo provimento interno, porque claramente desequilibra a paridade de armas?, diz Galvão. Outro ponto apontado como problemático seria o uso de veículos adesivados no dia da eleição, mesmo havendo decisão da Justiça Federal proibindo.
Em nota, a atual gestão rechaçou qualquer alegação de irregularidade no pleito. Também lembrou que Almir Reis reconheceu o resultado após a finalização da contagem dos votos, em discurso e postagem nas redes sociais. ?Colocar em dúvida o resultado das urnas sem respaldo mínimo em fatos, baseado em alegações vagas e não alicerçadas na realidade, causa grande preocupação e pode reproduzir tentativas de correntes político-partidárias que visam desconstruir as instituições democráticas por meio da deslegitimação do processo eleitoral?, diz o texto