No segundo semestre de 2023 o projeto Mãe das Águas – do Agreste ao Sertão, circula por seis (06) cidades do interior de Pernambuco. O projeto, que tem incentivo do Funcultura, Fundarpe e Governo do Estado, compreende a realização da oficina do ‘Toque ao Passo’ e a apresentação do espetáculo Rainha das Águas, Mãe do Mar, ambos realizados pelo Grupo de Matrizes Africanas Obá Aiyê. O grupo surgiu em 2015 a partir de ações desenvolvidas com crianças, jovens e adultos de comunidades periféricas da cidade de Arcoverde.

A primeira cidade é Pesqueira, no Agreste. A oficina o ‘Toque ao Passo’ acontece no dia 11 de agosto no prédio da Secretaria de Cultura e Turismo, localizada na Rua Adalberto de Freitas, Centro. Nela, o grupo pretende apresentar elementos da cultura e das religiões afro-brasileiras para que os alunos selecionados compreendam os diálogos que se estabelecem entre música e movimento de cada orixá. As inscrições para a oficina em Pesqueira vão de 17 de julho a 10 de agosto de 2023 através do formulário Google.

No total, serão 15 selecionados e a oficina será facilitada por José Almir dos Santos conhecido popularmente como Babalorixá Pai Almir, professor de dança há mais de 30 anos e Valderlan Alves Freitas Baltazar, conhecido como Wal do Maracatu, mestre de maracatu de baque virado na cidade de Arcoverde, arte-educador em projetos sociais, coordenador e Diretor de eventos culturais, Luthier e presidente da Associação Cultural Raízes do Sertão.

Já o espetáculo Rainha das Águas, Mãe do Mar será no dia 12 de agosto, na Praça Dom José Lopes, às 19h30. O espetáculo é híbrido entre música e dança e traz elementos do Candomblé e do Afoxé para retratar a relação de Iemanjá, Mãe de todos os Orixás, com seus filhos: Exu, Ogum, Oxóssi, Xangô, Omolu, Oya e Oxum. É composto por 17 artistas, entre Ogãs (músicos) e bailarinos. Tanto a oficina quanto o espetáculo contarão com intérpretes de libras.

O espetáculo teve sua estreia em junho de 2019 e desde então encontrou muita receptividade do público, já que a linguagem do espetáculo proporciona encantamento, delicadeza e sobretudo conhecimento. Na primeira edição do projeto Mãe das Águas o grupo passou por quatro cidades: Triunfo, Ouricuri, Floresta e Petrolina, contribuindo no importante processo de fim da estigmatização de manifestações artísticas, culturais e religiosas afro-brasileiras nos territórios.

A circulação segue por outras cinco cidades até o fim do ano: Caruaru e Belo Jardim no Agreste, e Serra Talhada, Araripina e Salgueiro, no Sertão. As apresentações e oficinas, nas demais cidades de circulação do projeto, deverão acontecer nos terreiros de cultura popular e sedes de grupos que vivenciam a cultura afro-brasileira em cada uma dessas cidades. As atividades serão sempre gratuitas e visando alcançar um público diverso, inclusive de pessoas que não costumam frequentar as sedes, para aproximá-las das manifestações de tradição